O Hospital Municipal Ruth Cardoso (HMRC), de Balneário Camboriú, realizou neste domingo (25) a terceira captação de órgãos de 2018. A doação dos órgão foi autorizada pelos familiares do turista argentino, de 42 anos, que sofreu um acidente vascular hemorrágico e teve morte encefálica confirmada. Foram captados pulmão, rins, globos oculares e fígado. Os pulmões foram doados para pacientes de Porto Alegre e os demais órgão para pacientes de Florianópolis.
Esta não foi a primeira vez em que visitantes argentinos perderam parentes durante a passagem pela cidade e optaram pela doação dos órgãos.
“No dia 08 deste mês recebemos pelo WhatsApp uma mensagem emocionante da mãe de uma jovem argentina que faleceu aqui, há exato um ano. No texto ela dizia que naquele dia, em algum lugar do Brasil, seis, sete ou oito pessoas estavam festejando um novo ano de vida, pois haviam recebido os órgãos de sua filha. Ela dizia ainda ‘que gostaria muito de um dia poder abraçar estas pessoas e assim aliviar um pouco sua dor. A doação de Órgãos, para essa família, foi uma forma de manter viva não só a memória, mas parte física de sua filha” contou o coordenador médico e responsável técnico da UTI, César Meirelles. “Ainda me emociono cada vez que leio a mensagem”, finalizou César.
Mesmo com a dor da perda, o carinho e gratidão desta mãe é resultado do acolhimento dado às famílias durante todo o tratamento do paciente no Ruth Cardoso. “Eles participam de toda etapa do tratamento, a equipe sempre conversa com eles sobre o que está sendo feito e sobre o quadro real do paciente e a gravidade, tornamos os horários das visitas mais flexíveis para que os familiares possam estar junto do paciente em diferentes momentos. Então, quando ocorre do paciente vir a óbito, os familiares sabem que foi feito tudo o que podia para salvar a vida dele e que a doação é uma forma de ajudar outras pessoas”, contou o coordenador da enfermagem da UTI, Grey Robson Felippi.
“Um doador pode doar coração, dois pulmões, dois rins, fígado, tecido ocular, pâncreas, válvulas cardíacas, pele e tecido ósseo. Grande parte dos órgãos doados ficam em Santa Catarina, mas cerca de 25% são enviados para outros estados, como o Rio Grande do Sul e São Paulo”, informou a responsável pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HMRC, Tatiana Assis.
Em Santa Catarina, o Hospital Santa Isabel é o que faz mais transplantes. O Ruth Cardoso é o hospital catarinense com a menor taxa de negativa familiar para doação de órgãos. No ano passado, o HMRC fez 19 diagnósticos de morte encefálica e apenas três famílias negaram a doação, enquanto as outras 14 disseram sim à captação de órgãos.