A chegada do verão traz consigo uma época com aumento das chuvas em nossa região. Por conta disso, o aparecimento de Caramujos Africanos (Achatina Fulica) se torna mais notável. A Secretaria de Saúde de Camboriú, por meio do Departamento de Vigilância Sanitária (DVS), ressalta os perigos e os cuidados que devem ser tomadas ao encontrar algum molusco desta espécie. A reprodução do animal é muito produtiva, cerca de 200 ovos por postura, trazendo diversos problemas ao meio ambiente.
O maior prejuízo ambiental causado pelo caramujo africano é a perda de biodiversidade. Ela supera as espécies nativas por ter tamanho maior e por se alimentar de quase qualquer coisa, possuir uma taxa de crescimento e reprodução mais rápida e elevada, além de não possuir predador. O caramujo africano também pode servir como hospedeiro de vários parasitas e depois de mortos as conchas vazias podem acumular água e servir como reservatório para larvas do mosquito Aedes aegypti.
Doenças:
O contato do caramujo africano com o ser humano possibilita a transmissão do verme Angiostrongylus, causador da angiostrongilíase. Esta transmissão poderá ser através da ingestão do caramujo, pelo consumo de alimentos mal higienizados contaminados com o muco ou pelo próprio contato com o muco produzido pelo animal.
– Angiostrongilíase Meningoencefálica Humana: os sintomas mais comuns são dor de cabeça muito intensa, febre, vômitos, rigidez de nuca, formigamento, dentre outros.
– Angiostrongilíase abdominal: geralmente não manifesta sintomas, embora em alguns casos possam ocorrer dor abdominal, febre, inapetência, náuseas, vômito e diarreia.
Controle:
O método recomendado para a eliminação do molusco é a catação manual, que deve ser repetida com frequência, sem interrupções ao longo do ano, e deve incluir áreas urbanas e agrícolas. Ao contrário do que é falado, o uso de sal deve ser evitado na hora de eliminar o caramujo africano. O animal libera de 200 a 500 ovos quando em contato com o sal.
A captura deve ser realizada com luvas de borracha ou sacos plásticos para a proteção das mãos. Não se deve comer, fumar ou beber durante o manuseio do caramujo. É necessário recolher também os ovos que permanecem semi-enterrados.
A eliminação deve ser realizada em bombonas contendo uma solução de cloro (três partes iguais de água para uma de cloro). É necessário manter os moluscos neste recipiente tampado, até não verificar qualquer sinal de movimento (aproximadamente 48 horas). Os ovos e caramujos devem ser deixados totalmente cobertos pela solução.
Feito esse processo, os moluscos podem ser colocados para a coleta de lixo comum, desde que os caracóis e os ovos sejam armazenados em dois sacos plásticos e suas conchas sejam quebradas utilizando um martelo ou pisando em cima com calçado adequado (tênis ou botas).
Outra alternativa é a queima dos caramujos que pode ser feita desde que hajam condições adequadas para tal finalidade (incinerador, forno de olaria ou latão) e que sejam tomados os devidos cuidados para se evitar acidentes durante o procedimento, ou mesmo, evitar que o fogo se espalhe.
Outras orientações:
– Em caso de contato com o caramujo ou de contato com seu muco direto com a pele, basta lavar bem a área com água e sabão;
– Não jogar os caramujos vivos no lixo doméstico ou em qualquer outro lugar;
– Não utilizar pesticidas, pois são muito tóxicos e outros animais e mesmo pessoas podem ser contaminadas e até morrer;
– Não utilizar o caramujo como isca de pesca;
– Sabe-se que os caramujos africanos têm preferência por alojar-se em quintais sujos com lixo orgânico e entulhos (madeiras, pedras, material de construção);
– A limpeza deve ser promovida sistematicamente, pois os ovos que são esbranquiçados do tamanho de ervilhas eclodem em momentos diferentes, portanto por um bom tempo haverá caramujos no ambiente;
– Não jogar os caramujos em coleções de água (rios, lagos, lagoas, córregos, açudes), pois eles sobrevivem 48h na água, e irão se proliferar em outros locais;
– Para realizar denúncias ou obter mais informações sobre o assunto é necessário entrar em contato com o Departamento de Vigilância Sanitária. O DVS fica alocado na sede da Secretaria de Saúde, localizada na localizado na Rua Porto Alegre, n° 698, no Centro. O contato também pode ser feito pelo telefone: (47) 3365-9515.