A violência contra mulher é um fenômeno muito complexo, que afeta de diversas formas a vida das vítimas. E a autoestima é um dos aspectos mais afetados. Em Balneário Camboriú, o Programa ABRAÇO à Mulher, busca preencher todas essas lacunas deixadas pela violência na vida das mulheres e suas famílias. Além de oferecer assistência psicológica e jurídica, um novo projeto visa resgatar o amor-próprio das mulheres.
Se olhar no espelho e se gostar é um grande desafio para muitas delas. Por isso, desde a última semana, a Secretaria de Inclusão Social em parceria com estudantes de psicologia da Unisociesc e o salão Viva a Cor, com a cabeleireira Nii Cardoso, estão realizando ações com as mulheres atendidas pelo programa. Elas ganharam um dia só delas no com direito a manicure, cabeleireira, maquiadora e fotografa. Dez mulheres já participaram da primeira ação e nesta segunda-feira (18), mais cinco mulheres estão participando deste dia de resgate à autoestima.
“O que mais tá me ajudando é todo esse processo da Casa da Mulher, porque antes eu não me gostava, não me sentia bem, estava sempre deprimida. A gente perde todo o ânimo de se gostar e esse dia está fazendo com que a gente se sinta bonita, se sinta bem. O que a gente não tinha há muito tempo, hoje estamos sentido. Estou bem feliz”, contou uma das participantes.
“Além do tratamento psicológico, da retirada dessa relação tóxica que a mulher vive, e do apoio jurídico e psicológico que o programa ABRAÇO à Mulher oferece, nós através desse projeto também estamos resgatando a autoestima com esse dia da beleza, esse dia do cuidado com o corpo. Porque é impressionante quando a mulher começa a trabalhar seu emocional ela sente a vontade de melhorar fisicamente, de se olhar no espelho e de voltar a se enxergar”, falou a secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social, Christina Barichello. “Por meio desta ação estamos buscamos colocar na parte externa a felicidade e amor-próprio que elas conquistaram com a terapia do Programa ABRAÇO à Mulher”, acrescenta a estudante de psicologia e fotógrafa, Cassiana Spinelli.
“Esta ação serve de alerta para outras mulheres que passam por situações de violência e sofrem caladas, é importante falar sobre o problema e que isso não é vergonhoso. É gratificante ver como estas mulheres entraram no Programa e como estão saindo”, declara a coordenadora do Programa ABRAÇO à Mulher, Alda Dudek.
As acadêmicas de psicologia, Cassiana Spinelli e Layane Tanaka, estão realizando um minidocumentário com os depoimentos das integrantes do grupo, que será exposto na 5ª Conferência Municipal de Políticas para a Mulher, que ocorrerá nos dias 29 e 30 de novembro. “Nós enquanto estudantes de psicologia percebemos o quanto é necessário resgatar realmente a autoestima e o quanto essas mulheres, aliás todas nós, a se doarem uma pela outra. Para as mulheres que estão participando é olhar no espelho e se reconhecer. Queremos que elas vejam na parte externa o que elas já se enxergam por dentro com a terapia”, contou Cassiana.