Mais uma vez o relatório apresentado pelo IMA divergiu do relatório apresentado pela Emasa, nesta semana, segundo o relatório divulgado pela Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA), toda a extensão da Praia Central está própria para banho.
Já o relatório apresentado pelo IMA, apontou que 50% da Praia Central está imprópria para banho, dos 10 pontos analisados, 5 estão próprios para banho, apontando uma melhora de 40% em relação ao relatório anterior onde 90% da Praia Central estava sem condições de banho.
No relatório anterior, a justificativa dada pela Emasa para a divergência, seria o fato de o IMA ter realizado a coleta um dia após as fortes chuvas que atingiram a região, porém, pela segunda semana consecutiva os relatórios divergiram, levantando novos questionamentos.
Para esclarecer está divergência, a equipe técnica da Emasa divulgou um comunicado explicando quais motivos levam as diferenças nos relatórios, confira abaixo:
Desde 2018, o Município, por meio da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA), faz o acompanhamento da qualidade da água do mar em 15 pontos, sendo na Praia Central e Praias Agrestes, e ainda, na Lagoa de Taquaras. Essa coleta e análise, é feita por laboratório confiável, credenciado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) e acreditado no INMETRO – atualmente o LABB Análises Ambientais. Sendo durante o ano uma vez por semana e durante a temporada – de 27/12/2021 até março 2022, três vezes por semana, justamente para ter um resultado mais real com a condição do mar.
Quanto a diferença de resultados entre os lados do laboratório contratado pela EMASA e do IMA, é controverso comparar resultados microbiológicos cujas coletas foram realizadas em momentos diferentes, mesmo que tenham sido no mesmo dia e horários próximos, pois diversos fatores influenciam nos resultados bacteriológicos, por exemplo:
– Turbidez e concentração de sólidos suspensos, nos quais as bactérias podem se aderir formando colônias muito mais numerosas do que colônias soltas;
– Transparência da água, que impacta na incidência de raios UV, que por sua vez ajudam a matar as bactérias;
– Células vivas não são como os elementos químicos em geral, que simplesmente se dissolvem na água, as células não se distribuem homogeneamente na amostra.
Exemplos de causadores dos interferentes:
– Quando a onda quebra, levantam muitos sólidos, aumentando a turbidez e reduzindo a transparência;
– Chuva, reduz raios UV e aumenta a turbidez e concentração de sólidos suspensos;
– A correnteza, quando a onda volta, tampouco é homogênea ao longo da praia;
– Um banhista ou barco que passe perto do local de coleta na água, levanta areia quando pisa ou até mesmo nadando;
– Um animal morto ou dejetos de animais são grandes agregados de material rico em bactérias, então podem duas pessoas estar coletando lado a lado mas, em uma amostra ter resquícios de fezes e na outra não.
Já sobre o último relatório do IMA, para um ponto estar próprio para banho, deve haver menos de 800 Escherichia coli por 100 mililitros. Na semana passada, na coleta que o IMA fez dia 10, após as fortes chuvas, os índices chegaram a mais de 9000 E.coli/100ml em alguns pontos. Esse número é muito alto, portanto, o ponto se torna impróprio independente das amostras anteriores. Nesta nova coleta do IMA na segunda, dia 17/01, alguns pontos apresentaram menos de 60 E.coli/100ml voltando a estar próprio, e alguns mantiveram valores acima de 800 E.coli/100ml, mas não ultrapassaram 1.872 E.coli /100ml. Pela análise do relatório deles, mostra que houve uma melhora considerável, mas ainda assim, pela metodologia usada, não foi suficiente para tornar o ponto próprio.
Equipe técnica Emasa