Diminuir o tempo de internação e a mortalidade nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é o grande desafio dos hospitais. Há pouco mais de um ano, o Hospital Municipal Ruth Cardoso (HMRC), em Balneário Camboriú, iniciou a implantação de novos protocolos e investiu na formação de uma equipe multidisciplinar com médicos, fisioterapeutas e enfermeiros para melhorar a qualidade do atendimento prestado no local. O resultado já apareceu. O índice de mortalidade dos pacientes graves internados na UTI do Ruth Cardoso é 30{e457f715f036df15797d99e5579f943e54f24f2442daca1f06ad537dbbb6b603} menor do que o habitual para hospitais públicos da América Latina.
“Em 12 meses, a UTI recebeu cerca de 550 pacientes em estado grave, casos onde a mortalidade esperada era extremamente alta. Apesar disso, esses pacientes permaneceram menos tempo do que o esperado dentro da UTI e a mortalidade encontrada foi menor do que a prevista”, contou o coordenador médico e responsável técnico da UTI, César Meirelles.
Dentre as mudanças feitas pelo hospital, está a contratação de médicos intensivistas com residência em medicina intensiva. “Acho que a contratação de especialistas é o grande diferencial, pois antes o hospital não tinha médico especialista trabalhando dentro da unidade. Além disso, essa nova gestão ampliou o número de profissionais trabalhando dentro da UTI e contratou novos coordenadores de medicina, fisioterapia e enfermagem, todos especialistas com vasta experiência nas suas áreas de atuação. Juntos, estamos construindo e implementando diversos protocolos institucionais. Os resultados até agora têm sido bastante positivos”, falou César.
O Ruth Cardoso também recebeu certificado de participação no Registro Nacional de Terapia Intensiva, feito pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) em parceria com o EPIMED – software de gestão de dados hospitalares. Por meio do software, a UTI do hospital agora possui um banco de dados com as mais diversas informações dos pacientes internados. Neles são adicionados, de forma regular, o perfil clínico e epidemiológico de todos os pacientes da UTI, o que permite avaliar a qualidade da assistência prestada no local.
“Existem diversos escores de gravidade que a gente usa dentro da UTI. Um deles é feito no momento da entrada na unidade. Esse escore estima a chance que o paciente tem de morrer. Mensalmente, analisamos nossos números e nossa taxa de mortalidade, comparando os resultados esperados com os resultados objetivamente encontrados. O nosso número, nesse último ano, foi de 0,7, o que mostra que nossos pacientes estão morrendo 30{e457f715f036df15797d99e5579f943e54f24f2442daca1f06ad537dbbb6b603} a menos do que se esperaria para as UTIs públicas da América Latina”, finalizou César.
“A UTI é um ambiente estressante para o paciente, os funcionários e também para os familiares que sempre têm medo da morte pelo fato dele estar numa UTI. O fato de a gente estar se aproximando mais dos familiares e dos pacientes faz com que eles vejam que o paciente está recebendo uma atenção adequada e de qualidade, prestada por uma equipe multidisciplinar”, falou o coordenador da enfermagem, Grey Robson Felippi.