(Por Silvana de Castro – PMBC) Mergulhares do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar), da Univali, dão sequência, nesta segunda-feira (09), aos estudos que visam localizar colônias de diatomáceas e briozoários, organismos marinhos exóticos que aparecem na Praia Central de Balneário Camboriú. O mergulho será realizado próximo ao Molhe da Barra Sul.
Iniciado em janeiro, o estudo é desenvolvido em parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM), Univali e agora também Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Já ocorreram três atividades para identificar onde estão fixados os organismos marinhos, com uso de embarcação e do equipamento Trenó Oceanográfico de Reboque (TOR), que faz filmagens do fundo do mar.
Na quinta-feira (05), os trabalhos foram feitos com a utilização do Barco-Escola do IFSC, de Itajaí, no fundo do mar próximo à Ilha das Cabras e também na Praia de Laranjeiras. A embarcação possibilita que amostras de material coletado sejam analisadas no próprio local. A SEMAM usou drones para fazer imagens aéreas que podem ajudar na localização dos organismos marinhos. Mergulhadores também participaram dessa investigação.
Até o momento, os pesquisadores não localizaram as colônias de diatomáceas e briozoários no fundo do mar. Quando surgem na praia, os organismos estão desprendidos das colônias e mortos. As arribadas de diatomáceas e briozoários (quando eles aparecem na praia) foram vistas pela primeira vez em Balneário Camboriú em 2004. Ainda não se sabe o que causou o surgimento desses organismos, que não são nativos das praias da região. A suspeita é de que eles tenham chegado ao litoral na água de lastro dos navios. Eles não causam problemas à saúde. No entanto, geram mau cheiro e, por isso, são recolhidos pela Empresa Ambiental.
Eliminação de matéria orgânica ajudará a reduzir presença dos organismos marinhos exóticos
Uma das formas de reduzir a presença desses organismos é eliminar o alimento deles, que é a matéria orgânica existente no mar. Para melhorar a balneabilidade da praia, o Município investe na revitalização do Rio Marambaia, desassoreamento do Rio das Ostras, despoluição do Rio Camboriú em parceria com a cidade de Camboriú, além de fiscalizar as ligações irregulares de esgoto e ampliar a rede de coleta e tratamento.
“A Praia Central vai passar por uma reestruturação. Além do engordamento da faixa de areia, para o qual a Prefeitura recebeu a Licença Ambiental Prévia (LAP), a reestruturação inclui também a parte ambiental, com revitalização dos rios que desembocam na praia, a ampliação da rede de esgoto para acabar com os focos de poluição e essa pesquisa em busca das colônias dos organismos marinhos exóticos”, comenta a diretora de Desenvolvimento Ambiental da SEMAM, Maria Heloisa Furtado Lenzi.
Saiba mais*
O material que chega, às vezes, na Praia Central é composto por algas diatomáceas e por briozoários. As algas formam de 80% a 90% da biomassa total no inverno e primavera, sendo que essa proporção se inverte no verão e outono, quando a proporção de briozoários é bem superior que a de algas.
Diatomáceas
Algas, as diatomáceas são organismos unicelulares que ocorrem na água doce, nos mares e também nos solos úmidos, podendo formar cadeias ou colônias simples. As comunidades de diatomáceas são usadas como uma ferramenta para monitorar as condições ambientais e em estudos da qualidade da água. Apesar de serem geralmente microscópicas, algumas espécies podem alcançar um tamanho de até 2 milímetros.
Briozoários
Os briozoários são animais invertebrados aquáticos que formam colônias, que constituídas por um conjunto de organismos que individualmente não podem ser vistos a olho nu. O grupo apresenta uma grande diversidade de formas e habitat, atingindo centímetros ou poucos milímetros de comprimento. Os briozoários estão entre os seis grupos de invertebrados amplamente relatados como invasores/introduzidos em ambientes marinhos.
*Fonte: SEMAM