A Maternidade do Hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, iniciou o cadastramento de Doulas, profissionais treinadas e aptas para acompanhar a gestante antes, durante e após o nascimento do bebê, auxiliando na evolução do parto natural. Cinco Doulas já se cadastraram. A iniciativa é uma complementação das boas práticas do parto e nascimento que estão sendo implantadas no hospital, além de garantir o direito concedido às Doulas na Lei 16.869 que permite a participação no parto hospitalar devido sua importância para o bem-estar da mulher, da família e do profissional.
“O hospital não tinha essa normativa que organiza o acesso das Doulas de forma segura e organizada. Hoje podemos contar com a profissional ajudando na nossa missão que é de prestar uma assistência humanizada, contribuindo para o emponderamento feminino. A Doula fica ao lado da gestante em todo período do parto, onde consegue prestar apoio emocional e físico para a mulher e seu acompanhante”, explica a coordenadora da Maternidade e Obstetrícia, Tatiana Assis. A Doula não substitui o acompanhante da gestante. O profissional de saúde desempenha seu trabalho voltado para todas as pacientes. “E em meio ao grande número de nascimentos, esse apoio contínuo e exclusivo nem sempre é alcançado”, completou Tatiana.
Neste ano, a média de nascimentos no Ruth Cardoso é de 280 por mês. A maioria deles é natural. A Doula e Psicóloga, Sara Helena Dadam, foi uma das que já se cadastraram no hospital. “Eu fico muito feliz com essa abertura das doulas no hospital público que é onde nós mais precisamos. É uma iniciativa muito importante para a saúde e a humanização. Acredito que vamos poder fazer um trabalho muito bonito nessa parceria entre as doulas e a equipe do Ruth Cardoso”, falou Sara.
Antes do parto a doula orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas. Durante o parto a doula funciona como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento. A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto.
“As doulas contribuem para que o momento e as lembranças do parto sejam positivas. O nosso trabalho nos hospitais traz muitos benefícios, justamente porque nós acabamos adiantando um pouco do trabalho, poupamos horas dos leitos. Quando chegamos com as pacientes as enfermeiras continuam fazendo seu trabalho, fazendo a ausculta do bebê, mas como geralmente no mesmo momento têm outras gestantes em trabalho de parto no hospital, a doula consegue fazer esse trabalho mais individual, acalmando a paciente, ajudando na evolução do parto, dialogando com os parentes que estão lá fora aguardando o nascimento”, conta a doula Sara. “Às vezes uma precisa trabalhar a respiração, a outra precisa se agachar, fazer exercícios pro bebê nascer e a doula está ali pra auxiliar nisso, e contribuir com o trabalho de toda a equipe do Centro Obstétrico. Isso diminui o estresse e a tensão no momento do nascimento”, finalizou.
A Doula que tiver interesse em acompanhar gestante dentro do HMR deve realizar um cadastro na recepção do hospital, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Ela deve preencher um formulário e entregar alguns documentos. Após análise e aprovação da documentação, ela receberá uma identificação para ter o acesso às dependências da maternidade. Após recebimento dessa autorização, a profissional poderá acompanhar qualquer gestante que aceite ser acompanhada por uma Doula. “Lembrando que o serviço é voluntário e gratuito, sem vínculo empregatício com o hospital. As profissionais devem respeitar as políticas internas Ruth Cardoso, visando a garantia de uma excelente assistência, e garantindo que é possível sim realizar uma assistência humanizada e respeitosa no SUS”, finalizou Tatiana Assis.