As filmagens do curta-metragem “Asfixia” começam no final da tarde sexta-feira (09) em Balneário Camboriú. Patrocinado pela Lei Municipal de Incentivo e Fomento à Cultura (LIC) do município, “Asfixia” tem no elenco o ator Jackson Antunes, que fará o protagonista, o pescador Gervásio. O filme mostra os conflitos internos do pescador na tentativa de se reaproximar da filha.
O ator, que atuou em várias novelas da Rede Globo, entre elas “Renascer”, “Rei do Gado”, “A Favorita” e “A Regra do Jogo”, já está na cidade para as filmagens. Na manhã desta sexta-feira, ele concedeu entrevista à imprensa. “O que me atraiu foi o roteiro. Quando recebi o roteiro, fiquei muito impressionado. Essa asfixia é a que todos nós vivemos, é muito séria, está nas relações, no mundo maluco, na falta de afeto e de paciência. O filme é extremamente atual. Antes que a gente entre numa asfixia, é preciso repensar a maneira de viver”, disse o ator.
A direção de “Asfixia” é de Lay Venancio, que desenvolveu a premissa do filme, e Rafael Sylos, autor do roteiro. Os dois, que já tinham trabalhado em um filme rodado na cidade em 2016, também patrocinado pela LIC, estão há dois meses vivenciando o universo dos pescadores de Balneário Camboriú. A história do curta se passa no Bairro da Barra e na Praia do Estaleiro.
O projeto do “Asfixia” foi proposto na LIC por Júnior Köche, diretor da empresa produtora do curta, Koche Filmes. Köche dá assistência para a dupla de diretores. “Lei de Incentivo à Cultura não é esmola, é uma troca. Acho que traz divisas para uma cidade, um estado”, comentou Jackson, que, no ano passado, participou de cinco longas.
No elenco de “Asfixia” estão também dois atores locais, Luciano Estevão e Luiza Santos Eduardo, de 10 anos de idade, escolhida para a trama por meio do Projeto Oficinas, da Prefeitura de Balneário Camboriú. Esse é o quarto filme de Luciano, o segundo por meio da LIC. “Minha praia é o teatro, mas essas são oportunidades de experimentar o cinema. Quanto mais projetos de filmes forem inscritos na LIC, mais trabalho a gente vai ter”, comenta Luciano.
Já Luiza está estreando na profissão. Ela impressionou os diretores com sua capacidade de imaginação, de improviso e com a expressividade do olhar. “Estou achando tudo muito legal. Minha maior dificuldade é na parte em que eu tenho que levar um susto. Sei que o susto não é de verdade, mas tem que tomar o susto”, brinca a menina.
A equipe conta com cerca de 30 profissionais. O curta terá imagens da cidade e da pesca da tainha. Cenários foram construídos nas locações pela cenógrafa Celi Pará. A fotografia é de Jaques Rangel. Na produção executiva está Dagma Castro. As filmagens terminam em 12 de junho.
“Asfixia” tem também o apoio da Balneário Camboriú Film Commission (BC Filme), que providenciou o acompanhamento dos bombeiros nas cenas no rio e no mar, a instalação de banheiros químicos nas locações, entre outras ações. Vinculada à Fundação Cultural, a BC Filme fornece assistência a projetos filmados ou gravados no município e atrai produções audiovisuais. “É gratificante ver o dinheiro público bem aplicado”, ressaltou o presidente da Fundação Cultural, George Varela.
A produção tem ainda apoio da iniciativa privada e de amigos da equipe que viabilizaram o cachê do ator.
Sinopse
Gervásio é um pescador humilde e taciturno que passa a maior parte dos dias sozinho em sua cabana à beira-mar, situada em uma pequena vila. Ele tem o hábito de conferir o celular compulsivamente, esperando uma ligação da filha Rebeca, com quem brigou. À medida que a incomunicabilidade entre os dois se estende, Gervásio desenvolve uma tosse crônica, que parece se agravar quando os dois têm uma rara e superficial conversa por telefone. Assim como os peixes, que se rendem à morte depois de serem retirados do oceano, o pescador parece sufocar no vácuo de suas próprias palavras não ditas.