Depois de passar por uma epidemia de dengue em 2015, Itajaí conseguiu zerar os casos da doença nos 100 primeiros dias desse ano – considerados o período de maior proliferação do mosquito Aedes Aegypti. O resultado é fruto do trabalho intenso dos agentes de endemias, que fizeram mais de 84 mil visitas a residências, comércios, terrenos baldios, armadilhas e pontos estratégicos somente em 2017.
Os números desse ano apontam ainda uma redução de 78{4125bb665561d79462ee3aa78aea8a6b16d8aaa126e427fc5b7694ffa5bed32d} nos casos suspeitos da doença em relação ao ano anterior. No mesmo período de 2016, por exemplo, o município havia registrado 63 casos positivos de dengue. Já em 2015, nessa época, havia 2.453 confirmações de pacientes com dengue.
“Essa redução se deve a diversos fatores. Neste ano, além de darmos continuidade ao trabalho de orientação em todos os bairros, reativamos a Sala de Situação municipal, que tem sido muito importante para definir ações conjuntas de combate à dengue”, destaca o coordenador do Programa de Controle da Dengue, Lúcio Vieira.
Já em Balneário Camboriú, o mês de março é o que apresenta o maior número de focos positivos do mosquito Aedes aegypti em Balneário Camboriú. A chuva e o calor são os principais motivos da proliferação. Até agora, Balneário Camboriú está com 687 focos do Aedes aegypti confirmados, são 160 a mais que o ano passado. Apesar do número de focos positivos do mosquito, nenhum caso de dengue, chikungunya e zika foi registrado na cidade.
Com relação a dengue, foram registrados 23 casos suspeitos de residentes na cidade, mas nenhum confirmado. Já de não residentes, foram avaliados 17 casos e dois deles, de turistas, foram confirmados. As pacientes contraíram dengue na cidade de Três Corações, em Minas Gerais, onde moram.
Estratégias de combate ao mosquito
Em Balneário Camboriú o combate ao mosquito Aedes aegypti é mantido durante todo o ano. São 30 agentes que percorrem diariamente os bairros da cidade e verificam as 303 armadilhas espalhadas em pontos estratégicos.
A cidade turística adotou medidas especiais para combater o mosquito e orientar a população. Durante a temporada, a equipe se divide para vistoriar prédios e casas de veraneio, que geralmente ficam fechadas durante o ano. O município também tem uma equipe especial para vistoriar a construção civil. Os agentes percorrem obras e orientam pedreiros, serventes e mestres de obras sobre os cuidados durante as construções.
Desde 2014 o município é considerado infestado, sendo que o nível atual de infestação é de 80{4125bb665561d79462ee3aa78aea8a6b16d8aaa126e427fc5b7694ffa5bed32d}. Os bairros com maior concentração do mosquito são o Centro – justamente pelo elevado número de turistas, seguido por Nações e Municípios. No mês de março um mutirão de combate ao Aedes aegypti foi realizado no Bairro das Nações, de onde foram recolhidos três caminhões caçambas cheios de entulhos, que poderiam ser criadouros do mosquito.
Cuidado continua
Apesar do cenário positivo, a Secretaria de Saúde continua intensificando as atividades de orientação e eliminação de criadouros no município para evitar novos casos no próximo verão. Nesta semana, as equipes de agentes de endemias estão percorrendo os bairros Praia Brava, Barra do Rio e Fazenda. De acordo com Vieira, a população também não deve descuidar do combate ao mosquito, principalmente durante o período de chuvas.
“Os ovos do Aedes Aegypti podem sobreviver sem água por até 450 dias e com as chuvas eles acabam eclodindo. Por isso, os moradores devem continuar eliminando recipientes que possam acumular água”, reforça o coordenador.
Além das visitas dos agentes, a Sala de Situação municipal segue com reuniões quinzenais entre as secretarias e órgãos públicos envolvidos. Durante o encontro são definidas importantes estratégias de combate à doença, como mutirões, palestras, ações de fiscalização em imóveis irregulares, recolhimento de veículos abandonados, entre outras atividades.
“Uma das próximas metas que queremos colocar em prática é com relação aos imóveis residenciais de acumuladores. Muitos desses locais têm grande acúmulo de materiais, que podem se tornar criadouros”, pontua Vieira.