A Prefeitura de Balneário Camboriú apresentou na noite desta terça-feira (13) para população e entidades da Sociedade Civil, a campanha “Dar esmola mantém ele na rua”. O plano de ação tem o intuito de ampliar o trabalho do Resgate Social, estimulando que a população ligue para o 156 em vez de dar esmola, dando oportunidades às pessoas em situação de rua. Cerca de 150 pessoas participaram da reunião.
Entre as ações previstas estão a oportunidade de cursos profissionalizantes e o aumento para duas equipes de abordagem social e uma de resgate. Além disso, a partir do dia 19 de novembro será implantado um Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), na Rua 2000. O local terá vínculo com o Sistema Nacional de Emprego para o cadastro de vagas de emprego. Serão realizadas campanhas de conscientização para que a população não dê esmolas e alimentos, mas liguem para o 156. Para a divulgação da campanha serão feitas peças como outdoors, spots em rádios, flyers, placas em semáforo, posts em Redes Sociais, anúncios em sites de notícias e mídias espontâneas.
O prefeito Fabrício Oliveira explica que a campanha de conscientização envolverá a comunidade local, que teve a oportunidade de questionar e opinar após a apresentação das ações do Programa. “A sociedade às vezes pensa que dar esmola ajuda a pessoa em situação de rua, na verdade auxilia a manter na rua. O que nós queremos é dar oportunidade, por isso desenvolvemos um trabalho para dar suporte e encaminhamento a essas pessoas. Precisamos conscientizar que as pessoas devem ligar no 156, para o Resgate Social”, disse ele.
“Temos pessoas especializadas e uma Casa de Passagem que dá alimentação, banho e abrigo para estas pessoas. De lá damos encaminhamento para um Centro de Reabilitação de dependentes químicos ou cidade de origem caso necessário”, pontuou a secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social, Christina Barrichello.
Devido ao crescente número de pessoas em situação de rua, a Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social, desenvolveu uma pesquisa que levantou o número de andarilhos e quais suas motivações para se manter ali. “Ouvimos os que estão em situação de rua, ONG´S, assistência social e entidades da sociedade civil. A proposta é ter ações efetivas, dando dignidade e oportunidade, pois morar na rua não é feito para ser humano e solidariedade é dar encaminhamento para os órgãos públicos corretos para que essa pessoa possa ser reabilitada, possa voltar para sua família, retornar ao mercado de trabalho”, pontuou a secretária.
Na pesquisa ficou constatado que existem 240 pessoas em situação de rua no município, sendo 42 delas naturais de Balneário Camboriú. Entre as principais motivações estão o alcoolismo ou uso de drogas representando 35,5% dos casos, 29,8% por perda de emprego, 29,1% conflitos familiares e 5,6% estão na rua por problemas mentais. Foi constatado que grande parte reside na região sul e possui ensino fundamental incompleto. Balneário Camboriú, possui 0,56 moradores de rua, a cada mil, um número baixo comparado a grandes cidades do mundo como Nova Iorque que possui 4,5 a cada mil e Rio de Janeiro que possui 1,2 a cada mil.
O Resgate Social realiza 80 abordagens diárias e três operações semanais com a Polícia Militar e a Guarda Municipal. Em agosto foram realizados 612 atendimentos, setembro 1034 acolhimentos e em outubro 1100. No total foram cedidas 219 passagens de ônibus para as pessoas voltarem para sua cidade.
Reuniões, de caráter consultivo, para apresentar a proposta foram realizadas com o Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), Observatório Social e Ministério Público durante a semana passada.
Em caso de presenciar uma pessoa em situação de rua, ligue para o Resgate Social no 156.