Adolescentes de 12 e 13 anos da rede municipal de ensino de Camboriú vão levar para casa, ao longo do mês de setembro, um pedido de autorização que deve ser assinado por pais ou responsáveis para que recebam o reforço da vacina contra meningite nas escolas. A medida foi adotada pela Vigilância Epidemiológica após constatação de baixa procura nas Unidades de Saúde. Até o ano passado, a Meningo C era oferecida gratuitamente apenas no primeiro ano de vida da criança no Brasil. Mas a partir de 2017, a cobertura foi ampliada para que adolescentes recebam reforço. O problema, segundo a diretora da Vigilância em Saúde Josiane Farias, é que por desconhecer essa informação, alguns jovens ficam desprotegidos da doença.
“A vacinação contra a meningite era oferecida aos três meses, aos cinco meses e com um ano de idade. Além dessas três doses, agora, quando o adolescente tiver entre 12 e 13 anos também precisa receber o reforço”, destaca Josiane. A diretora ainda explica que levar a vacinação às escolas é uma medida estratégica, para ampliar a cobertura da imunização à população adolescente, mas que muitas vezes encontra resistência entre os pais. “Temos dificuldade em conseguir as autorizações dos responsáveis”, pontua.
Em junho deste ano, equipes da Vigilância Epidemiológica de Camboriú visitaram as escolas da rede municipal de ensino para difundir a importância do reforço contra meningite e da imunização contra o HPV na adolescência. Na época, solicitações de autorização para vacinação nas unidades de ensino foram enviadas aos pais, mas a resposta foi baixa, segundo Josiane.
Desde o início deste ano, 39 pessoas morreram em decorrência de meningite em Santa Catarina, que registrou um total de 552 casos confirmados da doença. Em Camboriú houve a confirmação de um caso de meningite bacteriana: uma criança de 9 meses foi internada na terça-feira, dia 22, no Hospital Pequeno Anjo em Itajaí, que notificou o Município assim que diagnosticada a infecção. O bebê recebeu alta na manhã desta terça-feira, 29, e passa bem. Em todo o ano passado, a cidade teve registros de 21 casos de meningite.
Sintomas e prevenção
Febre, dor de cabeça, dor ou rigidez na nuca, vômitos frequentes. Se você apresentar ou perceber alguém com esses sintomas, a recomendação da Vigilância Epidemiológica é de que se procure um médico imediatamente. “O tempo é fundamental no combate às meningites, principalmente se for bacteriana, porque a evolução é rápida, existe risco de sequelas graves e morte. A pessoa que apresentar sintomas deve procurar uma unidade de saúde ou hospital o mais rápido possível”, comunica o secretário de Saúde Ronnye Peterson dos Santos.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (Dive) lista alguns cuidados que podem evitar a proliferação da doença: manter os ambientes bem ventilados, se possível ensolarados, principalmente salas de aula, locais de trabalho e no transporte coletivo; evitar transitar em ambientes fechados e mal ventilados; lavar as mãos frequentemente com água e sabão; manter higiene rigorosa com utensílios domésticos e não compartilhar objetos de uso pessoal.
O secretário pede que os pais fiquem atentos à caderneta de vacinação de seus filhos para saber se estão com a imunização toda em dia. Os casos mais graves de meningite podem ser prevenidos pelas seguintes vacinas oferecidas pela rede pública de saúde:
– Meningo C: previne a meningite tipo C e deve ser aplicada aos três meses, cinco meses e um ano. O reforço da vacina é aplicado no adolescente que tem entre 12 e 13 anos.
– Pentavalente: previne a meningite por Haemophilus influenza. Deve ser aplicada aos dois, quatro e seis meses de idade.
– Pneumo 10: previne a meningite por pneumococo e as doses são aplicadas aos dois e quatro meses de idade, com reforço na criança que tem entre um e quatro anos.
– BCG: imuniza contra a meningite tuberculosa e é aplicada ao nascer.