Desde o começo de 2018, o Município e duas instituições de ensino realizam estudos para tentar localizar colônias de diatomáceas e briozoários, organismos marinhos que aparecem na Praia Central de Balneário Camboriú.
A arribada (quando os organismos surgem na praia) mais recente foi registrada no feriadão de 07 de Setembro. A empresa Ambiental coletou 64,23 toneladas de sexta-feira (07) a domingo (09). Predominaram algas, como diatomáceas e macroalgas, e não briozoários, que são mais incidentes no verão.
Não se sabe o que causou o surgimento das diatomáceas e dos briozoários. As espécies desses dois organismos encontrados em Balneário Camboriú não são nativas das praias da região. A suspeita é de que eles tenham chegado ao litoral na água de lastro dos navios. Eles não causam problemas à saúde. No entanto, geram mau cheiro e, por isso, são recolhidos pela empresa Ambiental.
“Ainda estamos pesquisando como esses organismos surgiram em Balneário Camboriú”, diz a oceanógrafa da Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM), Patricia Zimmermann. Segundo a oceanógrafa, entre as algas que apareceram na praia no feriadão, havia a espécie nativa Sargassum, que pode ter se desprendido do costão por causa da ressaca do mar. Ela também não causa problemas à saúde.
Iniciado em janeiro, o estudo para localizar os organismos exóticos é desenvolvido em parceria entre a SEMAM, Univali e Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Já ocorreram atividades para identificar onde estão fixados os organismos marinhos, com uso de embarcação e do equipamento Trenó Oceanográfico de Reboque (TOR), que faz filmagens do fundo do mar. Mergulhadores também auxiliam. Em breve, ocorrerá mais uma investigação.
Até o momento, os pesquisadores não localizaram as colônias de diatomáceas e briozoários no fundo do mar. Quando surgem na praia, os organismos estão desprendidos das colônias e mortos. As arribadas de diatomáceas e briozoários foram vistas pela primeira vez em Balneário Camboriú em 2004.
Saiba mais*
O material que chega, às vezes, na Praia Central é composto por algas diatomáceas e por briozoários. As algas formam de 80% a 90% da biomassa total no inverno e primavera, sendo que essa proporção se inverte no verão e outono, quando a proporção de briozoários é bem superior que a de algas.
Diatomáceas
Algas, as diatomáceas são organismos unicelulares que ocorrem na água doce, nos mares e também nos solos úmidos, podendo formar cadeias ou colônias simples. As comunidades de diatomáceas são usadas como uma ferramenta para monitorar as condições ambientais e em estudos da qualidade da água. Apesar de serem geralmente microscópicas, algumas espécies podem alcançar um tamanho de até 2 milímetros.
Briozoários
Os briozoários são animais invertebrados aquáticos que formam colônias, que constituídas por um conjunto de organismos que individualmente não podem ser vistos a olho nu. O grupo apresenta uma grande diversidade de formas e habitat, atingindo centímetros ou poucos milímetros de comprimento. Os briozoários estão entre os seis grupos de invertebrados amplamente relatados como invasores/introduzidos em ambientes marinhos.
*Fonte: SEMAM