O Dia Nacional da Doação de Órgãos é comemorado nesta quarta-feira (27), reforçando a importância de um ato que salva milhares de vidas todos os anos. O Hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, é referência estadual em captação de órgãos. Só em 2023, foram feitas 11 captações de órgãos e tecidos, sendo o quinto hospital de Santa Catarina e o primeiro da Região da Foz do Rio Itajaí em número de captações de acordo com a SC Transplantes.
Uma das captações registradas foi a do menino J. P. L, de 11 anos, morador de Camboriú. Após um AVC, o menino foi levado ao hospital, que declarou morte cranioencefálica após alguns dias. A família, então, optou pelo ato de generosidade ao assinar os documentos necessários para que quatro órgãos da criança (dois rins, coração e fígado) fossem doados.
“É uma decisão bem difícil, é um momento de dor. Mas tive um pensamento de que, se tivéssemos a oportunidade de receber uma doação para salvar a vida dele, eu aceitaria. Então foi gratificante poder saber se pudemos abençoar a vida de quatro pessoas com essa decisão. Desde o momento que a gente chegou a equipe do hospital se colocou à disposição para o que estivesse ao alcance. Gostaria de agradecer as pessoas que nos ajudaram nesse processo”, relata o pai do garoto, Samuel Lamim.
A doação de órgãos é uma decisão da família, ato assegurado pela Lei nº 9.434, de 4 fevereiro de 1997, que institui a legalidade sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplantes e tratamento, caso seja de livre vontade e autorizado pelo doador ou familiar responsável. Para ser doador, basta informar aos familiares o desejo. Todas as pessoas podem doar órgãos e tecidos.
Como é o processo de doação de órgãos*
• Detecção do potencial doador consistente com morte encefálica ou cardíaca;
• Manutenção clínica do potencial doador (é administrado soro e remédios para os órgãos continuarem funcionando e terem condições de serem transplantados);
• É feita a comunicação de morte aos familiares;
• Após, é realizada a entrevista com as famílias do paciente que não tem contraindicação;
• Com o consentimento da família, são iniciados o planejamento da logística e os procedimentos para remoção dos órgãos;
• Após a efetivação da doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e através do seu registro de lista de espera seleciona os receptores mais compatíveis;
• Após a retirada dos órgãos, inicia-se o processo de distribuição dos mesmos para serem transplantados.
*Informações do Governo do Estado de SC