Aprovado pela maioria dos vereadores na última semana, o projeto de lei que autoriza contratar um empréstimo de R$ 100 milhões para a Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA) será objeto de pedido de informação da vereadora Juliana Pavan (PSDB).
“Pedi vistas ao projeto e foi negado, tivemos que votar às pressas e aí não tive opção, votei contra o cheque em branco”, explica a vereadora.
Segundo Juliana, o projeto foi votado sem definição de como será usado o recurso, sem nenhum detalhamento. Para a parlamentar o empréstimo nem deveria ter sido solicitado, já que a Emasa sempre foi superavitária.
A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), está com as operações muito abaixo do necessário e segue degradando o Rio Camboriú e a Praia Central, segundo análises do Instituto do Meio Ambiente de SC (IMA).
Outra preocupação da vereadora é o sistema de macrodrenagem que não foi contemplado na obra do alargamento, provocando alagamentos na região da orla.
Por conta dos prejuízos ambientais constatados, inclusive com a possibilidade de falta de água nos próximos anos, a Emasa será obrigada a apresentar ainda este mês ao Ministério Público, um relatório das reformas na estação de tratamento.
“Poderiam ter nos dado a mesma informação que vai para o MP. É uma obra crucial, serão dez anos de dívida para nós contribuintes, que já pagamos caro por um serviço incompleto. Queremos clareza”, finaliza Juliana.
O pedido de informação vai ser protocolado nos próximos dias.
O que diz a prefeitura de Balneário Camboriú:
Segundo o diretor-geral da Emasa, Douglas Costa Bebber, “o projeto de lei solicitando autorização de empréstimo enviado à Câmara dos Vereadores de Balneário Camboriú tem por objetivo a concretização de duas obras de suma importância para o futuro de Balneário Camboriú, e já de amplo conhecimento púbico:
1) A macrodrenagem faz parte do sistema de drenagem urbana e tem um papel fundamental na infraestrutura da rede de captação. Além disso, ela ainda auxiliará na contenção de inundações e suas consequências para a população. É uma obra que visa encaminhar as águas captadas pela rede pluvial 3km para o lado norte da cidade, desembocando no Rio Marambaia, além de trazer alternativas de extravasores, visando diminuir os alagamentos na cidade;
2) e para a construção de uma estação de tratamento de esgoto mais moderna (nova ETE), que vai resolver com mais eficiência o problema de tratamento de efluentes de Balneário Camboriú, podendo, inclusive, tratar, no futuro, o esgoto produzido pela vizinha Camboriú, que até aqui não trata seu esgoto, mas que precisa vir a fazê-lo caso queiramos uma solução definitiva para a recuperação ambiental do Rio Camboriú. Portanto, recurso imprescindível para duas obras vitais para o futuro da nossa cidade”.