Além de animais domésticos em situação de rua, o programa ABRAÇO Animal de Balneário Camboriú protege animais silvestres encontrados debilitados e fora do habitat. Desde que foi implantado, em fevereiro de 2019, o programa já possibilitou o resgate de 125 animais silvestres.
Quando capturados pela Guarda Ambiental, os animais silvestres são encaminhados ao Complexo Ambiental Cyro Gevaerd (Zoológico). Nesse local, são avaliados, recebem atendimento veterinário e biológico e ficam em observação até a total recuperação para retornar ao ambiente de origem. Após passar por todo esse processo, uma capivara foi solta no Jardim Bandeirantes, nas margens do Rio Camboriú, na quarta-feira (15). Quando encontrada, em 18 de abril, próximo à esquina da Avenida Brasil com a Rua 1400, a capivara tinha um machucado nas costas e estava infestada de carrapatos. Do total de resgatados a partir de fevereiro, 118 já foram soltos.
Programa do Conselho Municipal de Proteção Animal (COMPA) e Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM), o ABRAÇO Animal tem intuito de proteger, resgatar e cuidar de animais vulneráveis e machucados (no caso dos domésticos, os que não possuem tutores). Para acionar o ABRAÇO Animal, basta ligar para o fone 153. O programa possui convênios para garantir o serviço e atua em três frentes.
“Uma das frentes é com os animais domésticos de pequeno porte. Quando é acionado o 153, a Guarda Ambiental recolhe e, se tiver dentro dos critérios de acolhimento, o animal é atendido pela Ong Viva Bicho ou clínica conveniada. Com os silvestres, o procedimento é semelhante, mas os encaminhamentos são feitos para o Complexo Ambiental, onde os animais ficam até terem condições de voltarem à natureza. No caso de animais de grande porte, como cavalos, atendemos conforme a demanda. Como são situações mais raras, nós solicitamos atendimento a veterinários especializados”, diz a diretora de Desenvolvimento Ambiental da SEMAM, Maria Heloisa Furtado Lenzi.
Em 2018, o Complexo Ambiental Cyro Gevaerd recebeu 311 animais silvestres capturados em Balneário Camboriú, de acordo com a bióloga do Complexo Ambiental, Márcia Regina Gonçalves Achutti. Desse total, 137 foram reabilitados e retornaram à natureza, 47 morreram, 124 não têm condições de voltar para natureza e estão sob cuidados do zoológico e três foram destinados ao Projeto de Monitoramento de Praia. “Recebemos muitos gambás, serpentes, capivaras, quero-queros, pombos, bem-te-vis. Chegam debilitados ou são filhotes que precisam de tratamento e cuidados”, explica Márcia, que também é presidente do Instituto Catarinense de Conservação da Fauna e Flora (ICCO), ONG que administra o zoológico.